18º Bora?! - 02 a 05 de Novembro de 2017

 

O tempo passa rápido e a 18ª Edição do Bora?! vem a todo vapor! Hora de colocar os pés na estrada e rever os amigos! O destino da vez será a bela região da estrada real, pertencente a area metropolitana de Belo Horizonte.

Catas Altas da Noruega é rota de um dos antigos caminhos coloniais, o “Caminho de Dentro”. Caminho alternativo e importante para o transporte de pessoas e mercadorias, especialmente a escoação do ouro das Minas Gerais. Por ordem da Coroa portuguesa, o Alferes José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, fiscalizou esse caminho.

 

 

A descoberta do ouro no então Território dos Cataguás provocou um verdadeiro alvoroço, trazendo levas de aventureiros vindos de todas as partes. Portanto, das vilas paulistas, os desbravadores embrenharam-se nas matas sombrias e desconhecidas em busca do metal precioso. O ouro achado por Miguel Garcia no Ribeirão Água Suja, em 1694, originou o povoamento da região da Serra da Itaberava, que cresceu rapidamente como núcleo urbano, ponto de parada e entreposto.

Na região onde se encontra o atual município, três núcleos de mineração se formaram a partir das primeiras descobertas do ouro, originando três distritos: Noruega, São Gonçalo e São Francisco.
 
Os distritos de São Gonçalo e São Francisco eram próximos e acabaram se unindo num único povoado que passaria a ser chamado São Gonçalo das Catas Altas e, mais tarde, Catas Altas da Noruega. Como a cata do ouro era fácil, o povoado cresceu, chegando a contar com população expressiva.

O termo “Catas Altas”, pelo qual ficou conhecida a região, tem sua origem no processo primitivo para extrair ouro, que era explorado no sistema de catas, onde grandes escavações eram feitas nas areias dos rios até encontrar a pedra do fundo do leito. Essas areias (ou cascalhos) eram transportadas para as margens em bateias (carumbés). Aos poucos, em razão das enxurradas, o processo de catas foi substituído por outros meios de exploração. A origem do nome “Noruega” é antiga e frutuosa; a versão geralmente aceita é que o nome foi dado pelos primeiros desbravadores ao encontrar aqueles morros frios e úmidos que “escondiam a face do sol”.
 
Por volta de 1750 surgiram os primeiros sinais de decadência da mineração, e, por meio de outras atividades econômicas (comércio, agricultura, pecuária e serviços), a população busca nova alternativa de crescimento e sustento. Os garimpos não mais produziam, e seu fechamento era inevitável. O pouco que ainda se conseguia mal dava para o pagamento do montante fixado pela cobrança dos quintos do rei, e que era estendido também às pessoas que se dedicavam a outras profissões. A busca de novos destinos, novos rumos foi a forma encontrada. Outros que nem sequer tinham condições para sair amargaram a miséria, o abandono, a pobreza e a fome que assolaram os distritos e praticamente todas as regiões mineiras.

Em 1754, o Conde de Bobadella, Governador das Minas, Gomes Freire de Andrade, baixou um decreto estimulando e facilitando a exploração de novas minas, o que veio reavivar o decadente Dito de São Gonçalo das Catas Altas da Itaverava. O reavivamento desse distrito atraiu novos moradores que ali procuraram se estabelecer e recomeçar sua vida. Vindos de toda parte, inclusive do Garimpo de Noruega, que, mesmo reaberto, não obteve sucesso. O crescimento do Dito de São Gonçalo e a proximidade com o Dito de São Francisco os transforma em um único lugarejo.

Até 1718, os povoados pertenciam à Comarca de Vila Rica (Ouro Preto), quando, aos 7 de março, o então Governador da Capitania, o Conde de Assumar, Dom Pedro de Almeida, subordinou o distrito à jurisdição do Termo da recém-criada Villa de Sam Joseph Del Rey (Tiradentes). Em setembro de 1790, com a emancipação do Arraial dos Carijós e sua elevação à Vila Real de Queluz (Conselheiro Lafaiete), os distritos passaram a ser subordinados ao seu termo.

Sob a jurisdição da Freguesia de Santo Antônio da Itaverava, criada pelo Alvará Régio de 16 de janeiro de 1752, os povoados permaneceram até 1840, quando em 3 de abril foi criada a Freguesia de São Gonçalo das Cattas Altas da Noruega, pela Lei n.º 184, subordinada ao município de Conselheiro Lafaiete. O território da nova freguesia era constituído pelas Capelas de Nossa Senhora da Conceição da Noruega, Capela Nossa Senhora dos Remédios do Jequitibá, Capela Sant´Ana do Morro do Chapéu (Santana dos Montes), Capela do Divino Espírito Santo (Lamim) e as Capelas de Nossa Senhora do Rosário e de São Francisco de Assis, juntamente com a Matriz São Gonçalo do Amarante, na sede da Freguesia.

Na Revolução Liberal de 1842, uma das três colunas das tropas do império comandadas pelo Conde de Caxias, Luís Alves de Lima e Silva, mais tarde conhecido como Duque de Caxias, ficou acampada em Catas Altas da Noruega para atacar os revoltosos na Villa Real de Queluz e debelar o Presidente Interino da Província, José Felisberto, mais tarde o Barão de Cocais, eleito em Barbacena pelos liberais à revelia do Império.

Foram, aproximadamente, 700 homens liberados pelo Comandante José Galvão estacionados em Catas Altas da Noruega. As outras duas colunas ficaram estabelecidas em Congonhas do Campo e em Ouro Branco, fechando assim o cerco sobre os liberais queluzianos que lutavam contra a oligarquia conservadora que dominava e alternava o poder político no País. Os liberais obtiveram notáveis vitórias.

A permanência das forças imperiais no arraial e o relacionamento dos habitantes fizeram com que várias pessoas recebessem patentes de tenente, major e coronel da Guarda Nacional. O confronto esperado das colunas imperiais não aconteceu. A entrada das forças imperiais na vila constatou a fuga do presidente Interino e o congraçamento dos soldados reais e revoltosos em vivas ao Império e ao imperador e às leis. Saldo de dois mortos.

A ânsia dos mineiros em encontrar ouro e fazer fortuna foi tamanha que destruiu uma capela, cujo Orago era São Francisco de Assis, através das escavações na lavra de mesmo nome. A capela presidia a Ordem Terceira de São Francisco de Vila Rica (Ouro Preto), construída de pedra, no início do século 18, localizada em um dos pontos mais altos do Dito de São Francisco; junto e ela, encontrava-se seu cemitério.

Em 10 de outubro de 1886, considerando seu estado precário e tendo em vista o acordo firmado com os mineiros em construir outro templo em louvor ao mesmo santo padroeiro, o bispo de Mariana autorizou a sua demolição. Os mineiros não cumpriram a promessa da construção do novo templo em honra a São Francisco, mas o interior da capela foi preservado, e, em 1898, seu altar-mor foi assentado na capela da localidade da Pirapetinga. Inaugurada no início do século 20, a capela recebeu o nome de São Sebastião da Pirapetinga.

O município de Catas Altas da Noruega foi criado através da Lei n.º 2.764, de 30 de dezembro de 1962, desmembrado do município de Conselheiro Lafaiete, sendo constituído unicamente do distrito-sede e de algumas comunidades rurais, e instalado em 1º de março de 1963. Atualmente conta com uma população de, aproximadamente, 3.500 habitantes, com 2/3 (dois terços) residindo na área rural.

 

 

Texto:  Circuito Villas e Fazendas de Minas

 

http://www.descubraminas.com.br/Turismo/DestinoApresentacao.aspx?cod_destino=624

http://www.catasaltasdanoruega.mg.gov.br/

www.institutoestradareal.com.br/cidades/catas-altas-da-noruega/26

http://guiadaestradareal.com.br/cidades-da-estrada/catas-altas-da-noruega-mg/pontos-turisticos-catas-altas-da-noruega/

https://minas-gerais-brasil.blogspot.com.br/2014/05/catas-altas-da-noruega.html

http://www.cidadesdeminasgerais.com/category/catas-altas-da-noruega/

 

 

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